quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A Comédia dos Enganos

Na Cidade de Beja
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A "Comédia dos Enganos" foi representada em Beja na semana anterior, em dois espectáculos com elencos distintos. O culminar de um curso de representação orientado pelo encenador David Silva, director da Associação Rastilho, assim o determinou.

O Workshop, que esgotou as vagas e encerrou as inscrições muito antes de iniciar os trabalhos, deixa sentir o interesse crescente que os jovens revelam pelo teatro, ou fazendo deste uma ponte para acesso a outros sectores das actividades da representação, ou da comunicação pelos canais da Arte.

Assistimos aos dois espectáculos por afinidades substanciais ao grupo e à cidade, e para observar também alguns talentos excepcionais que emergiam do global do conjunto.

As opções estéticas e dramatúrgicas sugestionadas pelo director David Silva, foram no entanto em opção final da responsabilidade dos actores intervenientes no curso. A cenografia simplificada com o aproveitamento de enormes espelhos amovíveis das aulas de dança, tornou-se complexa, dado que duplicava na imagem virtual o número de elementos em cena, permitindo ao mesmo tempo, efeitos visuais surpreendentes, que aspiram em próximos projectos, a soluções que se aguardam ousadas e apetecíveis.

A Sociedade Filarmónica Capricho Bejense é a residência permanente deste projecto que promete continuidade, muito embora alguns espectáculos aqui encenados, por natureza da sua estrutura, transitem depois de preparados, para o grande teatro da cidade Pax Julia.

Para a obra e para todos os seus intervenientes, aqui deixamos a expressão da sua enorme utilidade artística e social, com a promessa e o dever de estarmos atentos a tudo o que veio, a tudo o que vem, a tudo o que virá...

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Copyright: Germano Vaz - Actores National Gallery - Interdita a Reprodução Sem Aviso Prévio - SPA - Sociedade Portuguesa de Autores


quarta-feira, 3 de setembro de 2008

FF - Surpresa Na Voz e No Género.



O Concerto de Cuba
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O Actor Fernando Fernandes, tão popular e multifacetado Artista, expondo pela primeira vez ao grande público o seu talento de Actor e Intérprete Musical quando da sua passagem pela Série Juvenil da TVI, "Morangos Com Açúcar", depressa se afirmou cantor brilhante, dando lugar e alma a um dos projectos musicais mais aplaudidos a nível nacional entre a juventude, nos últimos 2 anos.
É frequente vermo-lo participar em diferentes programas de televisão como cantor, impressionando em cada actuação através de um rigor de tempos intocável e de um domínio absoluto dos temas que interpreta, assim como as invulgares características da sua voz nítida e transparente.
Acompanhámos muitos dos seus espectáculos nos últimos 2 anos em diferentes pontos de Portugal. No último dia de Agosto, no passado domingo, voltámos a encontrá-lo em Cuba, nas imediações da cidade de Beja, para mais uma actuação que fulminou as sensibilidades e reproduziu nos olhares do seu público um indescritível afecto e admiração, que estimula diálogo entre cada música interpretada.
Cuba é para o Fernando, um lugar muito especial. Viveu aqui perto em criança. Foi aqui que fez os primeiros anos de escola. Admiradores e amigos juntaram-se, estiveram presentes para o receber e ouvir.
A contagiante surpresa da noite chegou, ao apresentar-nos "Gaivota" de Alexandre Onil, levada à cena internacional da música por Amália Rodrigues e que seduziu Fernando Fernandes aos 11 anos de idade, quando a interpretou de forma comovente no festival Bravo Bravíssimo.
Aqui o tema volta a ser reproduzido com uma energia rara e arrebatadora. Timbres e nuances que lhe conferem uma aceitação frontal e explosiva por parte do público, como sempre, maioritariamente jovem.
Queremos ouvir mais fado na voz do Fernando. Havemos de o reconhecer e consagrar como um representante da música portuguesa, ao mais alto nível internacional.
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Copyright: Actores National Gallery. Interdita a Reprodução Sem Aviso Prévio - SPA - Sociedade Portuguesa de Autores. 2008.

domingo, 31 de agosto de 2008

Festival Internacional de Teatro de Lisboa


"Scaramuccia"
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"Scaramuccia", levada a cena ontem à noite, no penúltimo dia do Festival de Teatro de Máscaras de Lisboa, é uma Comédia Romanesca desenhada para um cenário medievo e recôndito, algures no centro de França, em que as personagens se degladiam por amores escondidos e extremamente disputados.
À entrada, foi-nos dispensado o pagamento do ingresso, provavelmente por afectos dedicados à causa, sob a advertência de que a Peça se reproduzia em francês.
Uma encenação que se prolonga por 2 horas e de que nunca se sente o desejo do fim. Recheada de música, coreografias e danças de Côrte, fez-nos abstrair do nosso tempo e regressar a ele com a introdução de alegorias à senda do novo Aeroporto de Lisboa e à tragédia cíclica do lixo de Nápoles.
A narrativa poliglota não deixa ninguém indiferente, insensível e apeado no deserto do entendimento. Uma solução idiomática única e verdadeiramente genial, fundiu com o mais surpreendente do inesperado, o francês, o português, o inglês, o italiano, o castelhano, o alemão, o russo, até o árabe e o japonês. Cada vocábulo menos perceptível era ajudado pelo gesto ou pela sobre-elevação de raiz latina.
Pela primeira vez, nos 20 anos de integração europeia, sentimos aqui a hipótese de uma Nação Multi-Estados, que não pode ter qualquer construção política ou financeira, sem que primeiro a Cultura o defina. O exemplo e a proposta foram deixados aqui, para quem, sem esforço, o quis perceber.
Sob o Pórtico da Alcáçova, todo o Elenco da Peça da Academie Internationale Des Arts Du Espectacle, dispunha-se em 2 filas construindo um corredor humano, que cumprimentou um a um, cada elemento do público, de regresso aos seus secretos universos.
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Copyright: Actores National Gallery - Interdita a Reprodução Sem Aviso Prévio - SPA - Sociedade Portuguesa de Autores. 2008.

sábado, 23 de agosto de 2008

Festival de Teatro de Máscaras de Lisboa



Teatro de Montemuro

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Iniciou-se na passada quinta-feira dia 21, o Festival de Teatro de Máscaras e Comediantes de Lisboa. O seu enquadramento nos cenários muçulmanos e medievais do Castelo de S. Jorge, não podia ser o mais adequado e perfeito. Dirigido pelo Actor Filipe Crawford, este festival abre os seus espectáculos com uma Peça que arrebatou público e encheu de ar, os pulmões da organização.
Uma comunidade rural roçando ambiências de um medieval tardio, que em Portugal persiste até à chegada dos Cravos de Abril, sem rumo nas margens de um rio, sente que se perdeu regateando entre ela, a posse da cada margem num lamento profundo, dado que este rio deixou de saber e poder comportar a vida dos próprios peixes. Uma imponente aula de ecologia, acertou como um arpão de Deus na culpa do progresso urbano e capitalista, que decreta de passo em passo e de manha em manha, o declínio da vida na Terra.
Em contornos de Ópera Popular, numa narrativa conduzida ao rigor dos acordes e compassos musicais que sonorizam a Peça em cima do palco, "Splash" desafia e interpela o público, que depressa percebe que é o sujeito alvo de todas as intenções e este não pode furtar-se ao auto-reconhecimento de subscritor do drama universal que nos ameaça o próprio destino.
Por fim, aplaudida até à exaustão entre as lágrimas que são as últimas gotas de água daquele rio, reconforta-nos o facto de mestria e genialidade, que tudo isto, foi dito a rir e a brincar. Estes medievais tardios afinal são criaturas evoluídas e o teatro deu aqui exemplo raro, de cumprir a sua missão mais nobre e civilizacional. Assim, deveria percorrer Portugal inteiro com uma acrescida vénia das altas instituições das artes e da cultura.
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Copyright : Actores National Gallery - Interdita a Reprodução - SPA Sociedade Portuguesa de Autores. 2008.